Os primórdios da História da energia solar
estão marcados pelas descobertas por acaso.
O efeito fotovoltaico foi observado em 1839
por Alexandre Edmond Becquerel, um físico francês que observou o paramagnetismo do oxigênio
líquido. Enquanto ele conduzia experiências eletroquímicas por acaso notou eletrodos, ao serem expostos à luz de platina ou de
prata, davam origem ao efeito fotovoltaico. Na sequência desta descoberta, Adams e um aluno desenvolveu em 1877 o primeiro dispositivo sólido de foto
produção de eletricidade, um filme de selênio depositado num substrato de ferro
em que um filme de ouro muito fino servia de contacto frontal. Este dispositivo
apresentava uma eficiência de conversão de aproximadamente 0,5%.
Charles
Fritts duplicou essa eficiência para cerca de 1% uns anos depois construindo as
primeiras verdadeira células solares, construindo dispositivos assentes
igualmente em selênio, primeiro com um filme muito fino de ouro e depois um "sanduíche" de selênio entre duas camadas muito finas de ouro e outro metal na
primeira célula de área grande.
Não foram as propriedades fotovoltaicas
do selênio que despertavam a imaginação da época, porém, mas sim a sua fotocondutividade, ou seja, o fato de a corrente produzida ser proporcional à radiação incidente e
dependente do comprimento de onda de uma forma que o tornava muito atraente como
medir a intensidade da luz em fotografia. Estes dispositivos
encontraram a sua primeira aplicação nos finais do século XIX, de fato, pela mão do
engenheiro alemão Werner Siemens que os comercializou como fotômetros para
máquinas fotográficas.
Embora tenha sido
Russel Ohl quem inventou a
primeira solar de silício, é considerado que a era moderna da energia solar teve
início em 1954 quando Calvin Fuller, um químico dos Bell Laboratories em Murray
Hill, New Jersey, nos Estados Unidos da América, desenvolveu o processo de
dopagem do silício. Fuller partilhou a sua descoberta com o físico Gerald
Pearson, seu colega nos Bell Labs e este, seguindo as instruções de Fuller,
produziu uma junção p-n ou díodo mergulhando num banho de lítio uma barra de
silício dopado com um elemento doador electródico. Ao caracterizar eletricamente
a amostra, Pearson descobriu que esta exibia um comportamento fotovoltaico e
partilhou a descoberta com ainda outro colega, Daryl Chapin, que tentava
infrutiferamente arranjar uma alternativa para as baterias eléctricas que
alimentavam redes telefônicas remotas.
As primeiras células fotovoltaicas
assim produzidas tinham alguns problemas técnicos que foram superados pela
química quando Fuller dopou silício primeiro com arsénio e depois com boro
obtendo células que exibiam eficiências recorde de cerca de 6%.
A
primeira célula solar foi formalmente apresentada na reunião anual da National
Academy of Sciences, em Washington, e anunciada numa conferência de imprensa no
dia 25 de Abril de 1954. No ano seguinte a célula de silício viu a sua primeira
aplicação como fonte de alimentação de uma rede telefónica em Americus, na
Geórgia.
Feito por Joarez.